Bodegas Goulart


faixa   ERIKA GOULART, BODEGAS GOULART – MENDOZA, AR.

 

bate papo

1. Se tivesse poderes divinos, o que gostaria que fosse diferente em seu terroir? Você leva terra para casa (prospecção de terrenos)?

Se eu tivesse poderes divinos, eu gostaria que meu terroir que é Lunlunta em Lujan de Cuyo, tivesse “guarda-chuvas” automáticos, que abrissem em cima de cada videira quando o granizo ameaçasse cair. Também gostaria de ter uma blusinha quentinha  para o inverno, me dá pena ver elas todas “sem roupa”…

Então no meu terroir, se eu tivesse poderes divinos, colocaria “guarda-chuvas” e roupa para o inverno.  Não levo terra para casa!



2. Já pensou alguma vez em mudar toda a arquitetura de suas vinhas? O espaçamento o(a) satisfaz? 

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Minhas vinhas tem 100 anos, sao muito difíceis de trabalhar por que as fileiras sao muito estreitas…. meu vinhedo é como cuidar dos meus avós bem idosos, cada videira tem a sua mania, sua maneira…  Minhas vides são “da familia”…

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Sim… não existe nada mais lindo que meu espaço.. 100% satisfeita..



3. Tem sua opinião definida sobre regras de viticultura sustentável? Qual doença da vinha mais o(a) apavora?

Viajo e leio muito a respeito.. Vejo muito difícil nesse momento cumprir com todas as Regras da Vitivinicultura sustentável… os produtos e mão de obra são elevadíssimos, muito caros…  Também vejo cada vez mais os Laboratórios e Empresas Multinacionais poderosas “vetando” ou atrapalhando o avanço da “agricultura sustentável” em geral… Uma briga de GRANDES….
Hoje estamos como um brote grande de LOBESIA (que seria o cupim das VINHAS) – Chile transmitiu essa doença para Argentina, também a Cochinilha é um mal que afeta a zona… mas o que mais me chama a atenção é que cada vez saem produtos mais fortes para essas doenças…
Por sorte não tenho nenhuma das duas… mas são as principais nesse momento.


4. Quais os seus critérios de maturidade preferidos para a colheita de sua principal casta branca e tinta? Usa técnica ou intuição?

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No nosso caso e pela nossa zona, eu gosto dela madura, com álcool acima de 14,2% e medimos esse grau com a escala BRIX.

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O stress hídrico também é feito em todas as etapas e além disso, caminho o vinhedo e provo diversas partes do vinhedo. A SEMENTE TEM QUE ESTAR CROCANTE, para que não deixe FINAL SECO ou gosto amargo.

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5. Suas leveduras o(a) satisfazem plenamente? Gostaria que fossem mais lentas ou rápidas?

Estamos felizes com nossas leveduras, dependendo do clima e temperatura vamos ajustando. Não é bom nem lenta nem rápida. O equilíbrio da fermentação é o que buscamos.



6. As condições de cultivo de suas uvas são, na medida do possível, orientadas para que nível de intervenção na cantina?

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Trabalhamos o vinhedo para não ter que manusear a uva em Bodega.

        

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7. Possui algum “sonho de consumo” com relação á prensas, fermentadores, tanques ou barricas? Considera a tecnologia atual satisfatória?

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Eu não tenho tecnologia, meus tanques são de cimento, tenho uma desengaçadora, prensabomba e um equipamento de refrigeração para as macerações. Existem muitas tecnologias como a osmose inversa etc,   mas a tecnologia basicamente no meu entender foi feita para regiões com problemas climáticos, matéria-prima sem qualidade, etc etc. Não é o caso da Goulart! Barricas usamos as melhores: François Frères, Taransaud, Ermitage…

 

Por André Logaldi

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